domingo, 17 de março de 2013

CAPOEIRAGEM NOS CAMPOS DA HISTORIOGRAFIA



A CAPOEIRAGEM NOS CAMPOS DA HISTORIOGRAFIA
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                  *** SETE PORTAS DA BAHIA ***

O primeiro grande estudioso acadêmico a se preocupar com a capoeira como fenômeno social foi Gilberto Freyre. Em seu clássico Sobrados e Mocambos, ele fez uma rápida mas marcante passagem sobre o capoeira, na transição da sociedade "patriarcal" do senhor de engenho para a civilização urbana dos sobrados.
Cita ele:
         
                      Às vezes havia negro navalhado; moleque com os intestinos de fora
                      que uma rede branca vinha buscar (as redes vermelhas eram para os
                      feridos; as brancas para os mortos). Porque as procissões com banda
                      de música tornaram-se o ponto de encontro dos capoeiras, curioso
                      tipo de negro ou mulato da cidade, correspondendo ao dos capangas
                      e cabras dos engenhos. O forte do capoeira era a navalha ou a faca de
                      ponta; sua gabolice, a do pixaim penteado e trunfa, a da sandália quase
                      na ponta do pé quase de dançarino e a do modo desengonçado de andar.
                      A capoeiragem incuía além disso uma série de passos difícieis e de
                      agilidade quase incríveis de corpo, nas quais o malandro de rua se iniciava
                      quase maçonicamente.
Gilberto Freyre em seu estilo característico aponta o capoeira como a variante urbana do moleque dos engenhos dos bangüês, e a liberdade assumida por certas maltas de negros capoeiras era o reflexo da decadência da rígida sociedade ptriarcal rural da era clássica do Brasil colônia, na passagem para a sociedade "moderna e arejada" - do período imperial.
Por mestre (Yrapuru DZ) Historiador da Capoeira; arauto do clã dos Palmares pesquisador de História, e História Geral.

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