sexta-feira, 10 de junho de 2011

SOB A ÉGIDE DE SÃO SALOMÃO (A ARTE DA CAPOEIRAGEM ÀS MARGENS DA LEI)

 A ARTE DA CAPOEIRAGEM     *** ÀS MARGENS DA LEI***



A HISTÓRIA PEDE PASSAGEM- Ao longo de todo o século XIX, a capoeira foi constantamente perseguida, sua prática foi tolerada durante todo o período imperial, existindo como contravenção penal até 1890. Só então, sob o recém instaurado Regime Republicano, seria criminalizada.
O castigo dos açoites aplicado aos escravos capoeiras era executado pelas patrulhas policiais no momento da prisão. Em relação aos capoeiras presos cuja a condição jurídica era a de libertos ou livres, a aplicação de sanções era dificultada pela prática da capoeira ao ser considerada como um crime previsto por lei. Para puni-los os recursos mais utilizados pelas autoridades policiais era recrutamento militar forçado.

Por mestre Yrapuru arauto da clã dos Palmares e pesquisador de História e da Capoeira na sua íntegra.
Iê viva meu Deus!!!!... Iê viva meu mestre!!!... Foram eles que me ensinaram.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

SOB A ÉGIDE DE SÃO SALOMÃO (OS MISTÉRIOS DA GUARDA NEGRA)

A HISTÓRIA PEDE PASSAGEM-  ***  A GUARDA NEGRA  ***

A "Guarda Negra", era uma sociedade secreta criada sob a inspiração de José do Patrocínio, logo após a abolição, com o intuito de defender a Princesa Isabel "redentora dos escravos". A "Guarda Negra" identificava-se com a causa monárquica e, mais especificamente com o Gabinete Conservador (que estava no poder em 1888). O auge de sua atuação parece ter sido entre meados de 1888 e os primeiros meses de 1889. Atuava acobertada pelas autoridades policiais, como uma verdadeira força paramilitar, era composta essencialmente por negros, agora livres, dentre os quais muitos capoeiras, conforme nos informa Osvaldo Orico, biógrafo de José do Patrocínio: "(..) agindo sob os complacentes olhos da polícia, a Guarda Negra (...) incluía em seu corpo os melhores capoeiras locais (do Rio de Janeiro)"(TROCHIM,1988:p. 291).
Era principalmente nos comícios republicanos que a presença da "Guarda Negra" se fazia sentir. O ataque mais espetacular da organização parece ter sido  o que ocorreu no dia 30 de dezembro de 1888, quando os propagandistas republicanos, Silva Jardim e Lopes Trovão discursavam no Ginásio da Sociedade Francesa de Ginastas, na cidade do Rio de Janeiro. Os organizadores do ato, frente as ameaças recebidas por parte da "Guarda Negra", recorreram ao chefe da polícia, que alegou não ter condições de garantir a segurança da manifestação. Do Lado de fora do ginásio, perto de 500 negros estavam reunidos. De repente, ouviram-se tiros dentro do ginásio e a multidão forçou a entrada. A confusão reinou durante meia hora sem a interferência da polícia, a qual, afinal decidiu acalmar os ânimos. Várias pessoas ficaram feridas, muitas vitimadas pelos capoeiras. Na saída do comício ocorreram novos distúrbios quando um republicano inflamado agitou no ar a bandeira francesa, sendo imediatamente atacado por membros da "Guarda Negra".






Por Mestre Yrapuru DZ arauto da clã dos Palmares pesquisador de História, História Geral e da Capoeira na sua íntegra.