domingo, 17 de fevereiro de 2013

A CAPOEIRA DE ANTANHO *** SÉCULO XIX***

          OS CAPOEIRAS E AS ELEIÇÕES
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          Vários escritores abordaram a intromissão, a ingerência dos capoeiras nos pleitos eleitorais realizados no Rio de Janeiro. Adalberto Matos, num artigo veiculado pela revista Para Todos de oito de março de 1924, focaliz o que ocorreu no ano de 1824. A seguir, irei transcrever o relato documentado do aludido escritor: "Os acontecimentos desenrolados naquele ano chegaram até os nossos dias, trazidos pelas crônicas e pelo testemunho dos anciãos ainda existentes, Diziam eles que nunca se mentiu tanto como naquela luta.
         A Liberdade e a Lei serviram de capa aos mais baixos sentimentos, a fraude imperou, o assínio afungentou os cidadãos pacatos e honrados , ficando em campo unicamente a capoeiragem desenfreada que espancava, esfaqueava e navalhava sem piedade, para que o fósforo tivesse voz ativa nas urnas. Uma crônica de Moreira de Azevedo nos conta fielmente o que foi a vergonha de 1872: " ... em nome do patriotismo e das liberdades públicas comentaram-se fraudes, violências e assassínio; transformaram-se as igrejas em arena de lutadores e capoeiras; vozerias, gritos, empurrões, exclamações estrondosas, disputas veementes, manejos de cassete, faca e punhal, luta e sangue, todo Cristo presenciou em sua casa, no lar santo e bendito que os homens lhe consagram. A entrada no templo tornou-se um perigo. Em vez do homem buscar a igreja como asilo de paz, do sossego, de meditação e lenitivo, afastou-se dali por ser o teatro de contendas, ambições, traições do pugilato e da morte."
        O que se leu é a verdade histórica sem rodeios e sem fantasias. Os jornais da época podem ser tirados da poeira das bibliotecas para confirmar plenamente a palavra do historiador." Evocando, com nitidez, o que acontecia nas eleições pretéritas, o Barão de Campo Grande revela num soneto documentário, a turbulência, os tumultos, os confrontos, as fraudes, os roubos perpetrados no dia em que travavam disputas eleitorais no Rio de Janeiro.

   Por mestre Yrapuru DZ arauto do clã dos Palmares pesquisador de História, História Geral e da Capoeira na sua íntegra.

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